Goelner,
S.V.A A produção corporal do corpo, gênero e sexualidade: um
debate contemporâneo na educação.
Galera
que acompanha nosso blog, hoje vamos apresentar mais um resumo sobre
um artigo, que faz parte da bibliografia do concurso público para
professor estadual PEB II.
O artigo
em pauta expressa como o corpo é visto ao longo da história,
abordando aspectos antropológicos, históricos e sociais.
Mas não
entenda o artigo como mais um que expressa suas opiniões sobre a
busca contemporânea para o corpo perfeito ou o ideal de beleza
europeia do inicio do século XX (supremacia ariana). Pelo contrário
o texto busca descentralizar o “corpo” de seu carater natural
históricos e vincular o seu papel de importância na história,
fazendo um link entre as épocas sobre o que representa o corpo para
determinado periodo histórico. Por exemplo para o autor, o chamado
determinismo bilológico (associar a uma determinada raça a um carater
definitivo para quem nasce em determinado local do planeta, por
exemplo ser negro e velocista, baiano e preguiçoso, loiro europeu
ideal de beleza etc...), em que as mulheres eram denominadas por muito
tempo como o “sexo frágil” e que seus respectivos lugares era em
casa de preferência na cozinha e cuidando das crianças. Ao longo
dos anos esse pensamento cai por terra, como o autor aponta que no
Brasil do século XIX muitas
mulheres desempenhavam trabalhos, atividades físicas e esportivas
que exigiam esforço físico, colocando uma tensão entre ser mulher
e viver, significando uma ruptura com o naturalismo e o determinismo
biológico sobre padrões de masculinidade e feminilidade.
Ou
ainda apresentar os significados e valores atribuídos ao corpo
variam conforme as culturas, nas quais são produzidas narrativas
e
hierarquias,
demonstrando que o “corpo
é uma construção social, cultural e histórica”. As
formas de culto ao corpo na sociedade contemporânea se tornam
relevantes a partir das relações sociais, produzindo uma moral
das aparências em
relação ao que efetivamente se é. Tal importância do corpo está
vinculada à ação da ciência que buscou compreendê-lo em suas
especificidades. Algumas teorias biológicas analisaram os indivíduos
a partir da forma ou aparência do seu corpo, dando ênfase a
características biológicas em sua relação direta com o lugar
social. Exemplos:
tamanho do cérebro correspondendo ao nível de inteligência;
aparência do rosto, cor de pele, indicando aptidão para o trabalho
manual ou intelectual; biotipo, associado à criminalidade, entre
outras associações. Além desses fatos o autor aponta para a
importância dada ao corpo em certos periodos históricos, como por
exemplo na Idade Média quando ser gordo era sinônimo de saudável,
tomar banho estava vinculado ao erotismo, e apenas as partes visiveis
eram lavadas (rosto e mãos) no século XVI e XVII roupa branca era
sinônimo de limpeza, no século XVIII o banho passa a ser
incentivado por médicos como forma de revigoramento do corpo, e as
questões higiênicas passam a ter papel de grande importância na
Europa. Com o advento das ciências associado a Revolução
industrial o corpo passa a ser de vital importância no nascedouro
dessa nova sociedade, por que o mesmo precisa produzir e para isso
precisa de energia e saúde, e para isso ele precisa adotar hábitos
higiênicos (tomar banho, lavar as mãos antes das refeições,
escovar os dentes etc...) e praticar atividades físicas (momento de
grande importância da escola que através de programas de ginásticas
passa a preparar o corpo para as necessidades de produção da época)
“uma
escola capaz de preparar os indivíduos moral e fisicamente tendo por
base educação do corpo, isto é, uma educação suficientemente
eficiente na produção de corpos capazes de expressar e exibir os
signos, as normas e as marcas corporais da sociedade industrial
evidenciando, inclusive, as distinções de classe”. O
padrão do corpo aceitável nessa sociedade apresentaria as seguintes
características por pertencer
à classe e ideologia burguesa:
“retilíneo,
vigoroso, elegante, delicado e comedido nos gestos”. Em
contraposição, o “corpo
volumoso, indócil, desmedido, fanfarrão e excessivo era
representado como inferior e abjeto”,
o corpo do povo, da massa, dos trabalhadores e despossuídos. Desse
modo, o corpo é a corporeidade associada aos símbolos de sua
produção. A partir desse ponto o autor abre um link direto com a
sociedade contemporânea: Nessa época, a ginástica compreendia
diferentes práticas corporais destinadas a formar o caráter,
desenvolver o potencial individual, preparando um indivíduo
resistente, ágil, moderno: “exercícios
militares, acrobacias, danças, cantos, corridas, jogos, esgrima,
natação, marchas, lutas, entre outras”.
A valorização do corpo, portanto, estava em função do rendimento,
produtividade e aparência, valores vigentes na sociedade
contemporânea: “representações
de beleza, saúde, doença, vida, juventude, virilidade, entre
outras, não deixaram de existir, apenas transmudaram-se,
incorporaram outros contornos, produziram outros corpos”. A
ideia central que fica do artigo é que o corpo através dos séculos
representa aquilo que somos e como existimos, apesar de partilhar de
um senso comum coletivo é a sua individualidade que apresenta sua
importância na história. Mesmo ele sendo usado através de
intervenções politicas, de saúde, beleza, doença, etc... o autor
retira o corpo do seu centro naturalista expresso através de suas
imagens invenções e reinvenções ao longo dos séculos (gordo,
magro, saudavél, doente, biotipo, cor de pele...) e imprega sua
importância na cultura e no desenvolvimento da sociedade.
Galera
esse artigo é um pouco mais simples que os demais, de fácil
entendimento e compreensão, curta a nossa página no Facebook e
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