segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A formação de Educação Física e seus saberes profissionais.

Borges acredita que a formação do educador físico, deve ser analisada em relação aos saberes que constituem a base do seu trabalho. O autor mostra que o profissional de educação física atua em diversas instituições, seja ela de caráter publica ou privada (escolas, academias, clubes, etc.), sendo atuante em diversas áreas, pois esta ocupação tem um vasto leque onde o mesmo pode ser docente, treinador, terapeutas, e técnicos.
Dentro da educação física duas áreas se distinguem, pois o bacharelado, que forma profissionais não escolares, melhor dizendo, forma seres voltados ao desempenho e formação de atletas. Já em contraposto a isto a formação especifica em licenciatura, forma professores, que iram atuar em escolas, com uma maior atenção ao ser critico em relação ao meio que ele esta inserido.
A autora com a ajuda de pesquisas de Tardif e Lessard, considera que o trabalho no caso do educador físico constitui-se como atividade fundamentada nas interações entre seres humanos, não se limitando a seu perfil profissional. Ou seja o educador físico deve ser mediador entre o ser e o meio de forma a abrangi a sua totalidade de saberes.
O modelo epistemológico atualmente fundamenta que a formação universitária em ed. física é o da RACIONALIDADE TÉCNICA ou APLICACIONISTA, acreditando que os profissionais primeiramente devam dominar as técnicas e teorias, contudo este pensamento é distanciar a formação da realidade.
O texto apresenta um dado muito relevante, pois as dicotomias e fragmentação dos temas abordados dentro do centro universitário, muitas vezes se tornam inúteis na aplicação pratica dos profissionais, que acabam rejeitando a sua formação.
Os docentes acabam criando outra concepção em sua formação, onde a pratica pedagógica é um local de produção de saberes, transformando isso em uma linguagem mais simples, os professores aprendem mais na observação da pratica do que na aprendizagem universitária.
Borges cita algumas abordagens sobre os saberes de um docente, sendo elas:
Cognitivas: Enfatizam os processos mentais, esquemas de ação e sua rotina.
Sociologia do trabalho: Onde o debate sobre temas como relações de poder estabelecidas na construção dos saberes e praticas dos docentes.

Borges se fundamenta em estudos sobre pensamentos dos docentes quanto na sociologia do trabalho, a partir deste pensamento. Borges cita 3 tipos de conhecimento como fonte dos saberes:
1- Matéria
2- Pedagógico
3- Currículo

A autora mostra que existem 7 categorias que formaram a base do ensino:
1- Conteúdo a ser ensinado
2- Pedagogia geral
3- do currículo
4- da pedagogia do conteúdo especifico (especialista)
5- do aluno
6- do conteúdo educacional
7- das finalidades educativas

Categorias de conhecimento:
1- disciplinas
2- programas escolares
3- ciências da educação
4- prática dos docentes

Mas por outro lado Tardif, Lessard e Lahaye desenvolveram uma tipologia sobre a origem social dos saberes, 4 fontes:
1 Formação profissional
2 saberes disciplinares
3saberes curriculares
4 saberes da experiência docente
Este grupo se refere ao conjunto de experiências da trajetória pessoal do docente.

Tornar-se docente: A aprendizagem dos saberes na base do trabalho de educador físico no Brasil.

1) Escolha da carreira e as experiências pré-profissionais: A escolha da carreira está muito relacionada, porém não é determinante na escolha, muitos docentes escolhem tal área, por certas experiências durante a socialização. As experiências pré-profissionais colaboram pra a escolha das carreiras.

2) A formação inicial e a aprendizagem da profissão: Simples, é a formação para o ensino. Os conhecimentos, habilidades, competências técnicas e etc. permitem que o docente se torne um ser criticoda sua própria formação inicial. Porém os próprios docentes reelaboram sua própria pratica, a partir de suas experiências, pois consideram algumas falhas em sua formação inicial.

3) As realidades de trabalho e os saberes da experiência: É o momento em que os estudantes trabalham durante o período da formação inicial, isto permite a combinação de conhecimentos adquiridos na universidade com os conhecimentos obtidos no trabalho. Citando Hubermam, Borges concorda que este é o "contexto da exploração", uma fase difícil de tentativas de conciliação entre o trabalho e o estudo, Oscilando entre a frustação e o entusiasmo.

Ao se defrontar com a realidade dos aluno, compartilhando problemas com colegas docentes, diante do currículo a ser trabalhado e normas a serem cumpridas, os jovens docentes percebem o abismo que existe entre a formação inicial e a pratica docente.








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